Algumas considerações sobre pandemia, sobrevivência e fé
Creio que o leitor fã de “Séries” já assistiu, ou ao menos ouviu falar sobre, a série televisiva “The Walking Dead” – lançada pela produtora americana AMC e disponível em alguns serviços de streaming, como, por exemplo, a Netflix. Na trama, apenas para fins de resumo, um dos protagonistas, Rick, acorda, de repente, abandonado em um leito de hospital – que estava praticamente destruído, sem médicos, enfermeiros, doentes, internos ou qualquer presença humana.
Sem entender o que estava acontecendo, Rick sai do local e se depara com um fenômeno chamado de “Apocalipse Zumbi”. A alguns metros de onde estava, vê a primeira criatura abominável: um zumbi. A partir daí, sem família, sem amigos, sem trabalho, inicia sua busca por respostas sobre aquele mundo disforme que se apresentava.
Ao longo da série, reencontra sua família, alguns dos amigos, bem como acaba encontrando diversas comunidades de sobreviventes, como, por exemplo: Alexandria, Hiltop, Terminus, Woodbury, Salvadores, Reino, etc. Cada comunidade se distingue pelo aspecto peculiar de seus líderes e por suas regras internas. The Walking Dead é o cenário do medo, do caos, do vazio social, de um passado que não volta, e de um futuro incerto. Neste sentido, é possível perceber as reações de cada personagem, suas implicações interiores, seus dramas, suas visões particulares do mundo apocalíptico – em que estão inseridos – e das pessoas com as quais precisam conviver.
Pode ser que o espectador, talvez distraído, focalize suas atenções nas criaturas estranhas, os seres “zumbianianos” que aparecem ao longo da série. Os mais sensitivos até poderão ser impactados com as cenas de puro terror e suspense, enquanto os mais corajosos reduzirão suas impressões à mera ficção – que, por sinal, é a mais realista. No entanto, arrisca-se a perder o precioso tempo quem não conseguir extrair daquela ficção uma lição prática, tão cara para os dias atuais.
