Neste artigo, iremos falar sobre os problemas que o divórcio pode causar nas crianças e adolescentes. Irei tratar de dados, pesquisas e das minhas experiências em atendimento com adolescentes – visto que os efeitos psicológicos de nossa infância e adolescência podem ter um impacto descomunal em nossas vidas. Trabalho como psicoterapeuta há algum tempo, e já atendi alguns adolescentes que vivenciaram a separação de seus pais – sempre relatando esse momento como uma parte importante para as suas inseguranças e complicações da infância. Já tive relatos de um adolescente que disse ter 3 anos quando seus pais se separaram – época a qual ele não entendia todos os problemas vividos em sua casa; somente depois de velho ,com 18 anos, ele passou a perceber que vários daqueles problemas eram por falta da base familiar – gerada pelo divorcio.
Em outro atendimento, um adolescente de 17 anos, que sempre se sentiu inseguro por não ter a presença do pai em sua vida, cresceu com sua avó e sua mãe – e, por mais que ele sempre seja grato a educação e o carinho dessas mulheres, a falta de uma figura masculina por perto causava-lhe tal insegurança.Um estudo chamado “Psychological effects of growing up without a father” [1] Michael Kismet. Psychological Effects of Growing Up Without a Father. Disponível em: https://owlcation.com/social-sciences/Psychological-Effects-On-Men-Growing-Up-Without-A-Father (Efeitos psicológicos de crescer sem um pai) feito por Michael Kismet, um especialista autodidata em comportamento humano, demonstra que crescer sem um pai poderia alterar permanentemente a estrutura do cérebro.
Nesse estudo, Kismet lista os problemas da seguinte maneira:
- Maior probabilidade de ser agressivo
- Maior probabilidade de estar deprimido
- Mais propensos a ter baixa auto-estima
- Mais propensos a se sair mal nas escolas
- Maior probabilidade de ser encarcerado e cometer suicídio
- Mais propensos a usar drogas.
Irei apontar todos esses pontos – associando os argumentos, e números, de Kismet com as minhas experiências ao lidar com tais adolescentes.
Agressividade:
Estudos psicológicos mostram que as crianças que crescem sem os pais são mais propensas a serem agressivas. A criança, ou o adolescente, vai acumulando raiva – a qual pode ser liberada em alta quantidade a qualquer momento -, levando a outros problemas como o uso de drogas e violência na escola. O estudo não nos diz como isso acontece, mas talvez possamos analisar que o crescimento de uma criança, sem uma base familiar sólida, faria com que ela tivesse menos chance de ser apresentada a virtudes como a da temperança e da paciência – além de estar exposta, por parte daqueles que deveriam ser o seu exemplo de paciência e temperança, a constantes brigas. Em minhas consultas, já escutei casos de pais que colocavam os filhos no meio das brigas conjugais – e até faziam, por meio de chantagens, o filho escolher um lado da briga.
Depressão:
Adolescentes que crescem sem pai são mais suscetíveis ao sofrimento emocional – porque perde-se a segurança emocional, ao qual era trazida pelo casal. Além de adolescentes terem, naturalmente, sentimentos mais intensos, algo normal na idade, os filhos do divórcio perdem a segurança emocional, e ganham uma maior preocupação – já que, na maioria dos casos, os pais vivem em constantes brigas, o que leva o adolescente a ficar deprimido. Já vi casos de adolescentes que não queriam voltar para casa, pois sabia que ali não era mais um ambiente de segurança emocional – já que a casa era um clima de brigas constantes dos pais ao telefone.
References
↑1 | Michael Kismet. Psychological Effects of Growing Up Without a Father. Disponível em: https://owlcation.com/social-sciences/Psychological-Effects-On-Men-Growing-Up-Without-A-Father |
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