O leitor já deve entender qual a resposta para essa indagação, afinal: o leitor usa de uma linguagem para entender esse texto. Não apenas isso. O leitor vive cercado por uma linguagem. Falamos, ouvimos, lemos, nos comunicamos, com os outros. Para tais ações, usamos uma linguagem comum. Acreditamos que isso já é algo notório, não necessitando de mais informações. Por isso, o nosso artigo pretende ir além de tal resposta.
A pergunta inicial deve responder a duas questões, quais sejam: I- somos cercados por uma linguagem, mas será que entendemos realmente o que é a linguagem? Será que não usamos a linguagem mecanicamente, sem verificar o quanto ela nos modifica? Será que compreendemos as nuances de uma língua, ou, pelo contrário, acreditamos que entender a língua é entender suas regras gramaticais? II- caso disséssemos que uma língua, quando usada por grupos intelectuais, ou políticos, possuem um significado completamente diverso daquele em que acreditamos, o leitor saberia identificar tal fato?
Pois bem, tentemos então examinar um pouco mais estas questões. Não é tão difícil percebermos que, no nosso dia a dia, usamos palavras sem que tenhamos pensado muito nelas. O leitor pode facilmente ver que, em algum momento da vida, já utilizou palavras às quais estavam em alta no seu meio. “Extremismo”, “Democracia”, “Cancelamento”, “Fake News”, são alguns destes exemplos. Ora, é por óbvio que a maioria de nós nunca estudou, historicamente ou politicamente, a “Democracia”, ou que nunca vivenciou um “Extremismo”, mas usamos tais palavras como se fizessem parte de nós. Não só as utilizamos, mas acreditamos piamente que o nosso uso é correto, verídico.