A falta de compreensão da realidade é um fator que é gerado, muitas das vezes, pela falta de capacidade imaginativa de alguém. Aristóteles já demonstrou que o conhecimento começa nos sentidos e vai para a nossa imaginação, de modo que só conseguimos falar sobre aquilo que captamos do mundo. Assim, quando alguém tem essa capacidade imaginativa danificada, ela perde a compreensão da própria realidade.
Muitos que atacam a educação domiciliar não tem a capacidade de compreender o que realmente é a educação domiciliar, pois só a conhecem através de filmes hollywoodianos – os quais colocam a criança ou o adolescente homeschooling como uma pessoa antissocial e ingênua. Porém, quando olhamos para o Homeschooling (educação domiciliar), na realidade dos fatos, percebemos que ele tem muito mais pontos positivos do que a educação escolar. O aluno homeschooler tem maior tempo para se relacionar socialmente, com várias pessoas, de diferentes faixas etárias, justamente porque ele não fica trancado, 5 horas por dia, atrás de muros – que, na verdade, mais parecem prisões.
A falta de capacidade imaginativa não permite a aqueles que atacam a educação domiciliar entenderem que o seu processo educativo é algo que acontece a longo prazo, com trabalho duro, porque os pais devem ter uma enorme bagagem de leitura das grandes obras literárias. Por isso, esse processo de instrução é muito importante, já que os filhos recebem algo verdadeiro. A educação escolar é, como afirma Ivan Illich, um processo de “escolarização”, e não de educação: “Muitos estudantes, especialmente os mais pobres, percebem intuitivamente o que a escola faz por eles. Ela os escolariza para confundir processo com substância. Alcançando isto, uma nova lógica entra em jogo: quanto mais longa a escolaridade, melhores os resultados”. [1] Illich, Ivan. Sociedade sem escolas. Tradução: Lúcia Mathilde Endlich Orth. Editora vozes. Petrólolis RJ. 2018. Página 11.
O cultivo do saber é deixado de lado para dar lugar ao valor técnico, que vira, então, o fim último do saber, juntamente com os símbolos do conhecimento. Nesse tipo de educação, o Diploma é mais importante que saber inteligir a realidade, no que diz Illich: “A graduação leva ao sucesso … O aluno é , desse modo, ”escolarizado” a confundir ensino com aprendizagem, obtenção de graus com educação, diploma com competência, fluência no falar com capacidade de dizer algo. Sua imaginação é “escolarizada” a aceitar serviço em vez de valor”. [2] Ibidem