O cérebro é um pequeno pedaço de carne preguiçoso, um músculo ocioso. Ele deve ser estimulado, tonificado, constantemente instigado, e eis o grande mal dessa sociedade: cérebros sedentários. Este sendentarismo está aliado a uma espécie de fraqueza de vontade. A preguiça intelectual gera mentes alienadas e intelectos atrofiados. Existe uma luta contínua e visceral contra uma gravidade que procura nos condicionar a um estado letárgico, e contra isso, o único remédio é o esforço perseverante.
O intelecto embota na medida em que não é exercitado, entrando em um processo de definhamento paulatino, que gradativamente acontece de forma imperceptível, do qual só nos damos conta quando o estado está em estágio avançado, como um câncer, cujo tumor já está alastrado por todas as partes. O sedentarismo intelectual manifesta os sintomas de forma evidente. Não ataca apenas a mente, mas o corpo e a alma. Faz o ser acordar entorpecido, esmorecido, indolente, e suas atitudes acontecem lentamente aos bocejos, pois o tumor do sedentarismo intelectual se alastrou pelo corpo e também corrói a alma.
Diz o ditado que o preguiçoso até para se alegrar tem preguiça, deixando seus prazeres escorregarem pelos dedos, porque não quer se dar ao trabalho de fechar a mão. A preguiça intelectual atinge igualmente a fé espiritual, pois, a fé para ser edificada, necessita do intelecto para que por meio dele, o conhecimento Espiritual posso ser adquirido, e sem o esforço intelectual, tal condição é impossível, pois o conhecimento da fé não se adquire de forma psicográfica, como se um espírito se apossasse de nós, e muito menos por telepatia ou sonhos. É necessário desenvolvermos o que denomino de VONTADE INTELECTUAL. Todos temos vontades que estão direcionadas a correspondentes inerentes.
Nossa vontade emocional anseia por sentimentos, nossa vontade social anseio por companhias, nossa vontade de desejos anseia por tudo aquilo que satisfaz nossos apetites. No entanto, todos nós temos igualmente uma vontade intelectual intrínseca, a qual tem de ser desenvolvida, aperfeiçoada e instigada. O desenvolvimento desta vontade é o que se chama de trabalho intelectual, cuja meta é transformar o desejo fraco e instável em vontade duradoura, vontade de saber. Mas o importante não é necessariamente a regularidade, mas a continuidade, uma vez que toda estrutura de regras tabeladas em rígidas normas preestabelecidas sempre condena a vontade ao fracasso. O trabalho intelectual necessita de espontaneidade e liberdade, pois uma vontade intelectual não consiste em imposições para obedecer, mas sim numa predisposição ativa pelo saber – não importando o dia, hora e ambiente.