A vida humana, em suas especificidades, é composta por dramas. E na sua mais profunda interioridade, por mais que elas não se tornem objeto de reflexão – ou até mesmo não adquiram formas objetivamente narráveis, ainda sim, de forma direta, não deixam de apresentar suas complexidades. Seja na literatura ou no cinema, essas formas de criação mostram, pelos olhos da arte, a vida humana como ela é. Quem já assistiu “era uma vez em Hollywood”, provavelmente, já observou a genialidade de Quentin Tarantino em criar uma história – ou de reinventá-la. Mas o que existe de tão interessante nesse filme?
Além do seu drama inicial – onde o público acaba por imergir-se, ao ver o início do fracasso do ator Rick Dalton (personagem interpretado pelo ator Leonardo Dicaprio) – esconde-se, por detrás da trama, uma realidade vivida na década de 1960 e 1970. O Criminoso Charles Manson, criador de uma seita, que era composta por Hippies, gerou uma sucessão de assassinatos – que resultou em sua prisão perpétua. E uma das atrizes mais promissoras da década de 1970, Sharon Tate, foi morta a sangue frio enquanto carregava em seu ventre uma criança de nove meses. O assassinato da atriz, foi notícia no mundo inteiro e, até hoje, esse fato carrega, no olhar dos admiradores do cinema, uma marca que não se pode apagar. Assim, essa triste história foi reinventada pelo diretor Quentin Tarantino com extrema maestria.