Revolução sexual: o sexo como arma política – Parte III

  • Jorge Teixeira
  • 22 set 2022

Antes de mudar as leis, mude a cultura; já escritas as novas leis, desenvolva decretos; desenvolvido os decretos, imponha-os; imposto os decretos, exclua todo aquele que não os segue; excluindo, assim, todas as oposições, chame o que restou de “realidade” e lhe dê o manto da “democracia” – dando-a, de presente, uma voz doce, e a responsabilidade de “salvar o mundo”. Feito isso, quando um daqueles que ficaram do outro lado do muro se levantar, os mate – até porque quem, em pleno século XXI, irá querer lutar contra aqueles que são a favor de “salvar o mundo”? Desenvolva um Estado forte e, ao mesmo tempo, babá; desenvolva uma religião que agrada, ao mesmo tempo, a todos – prometendo cuidar, amamentar, aquecer e dar vida eterna a todos igualmente.

A essa mentalidade dê o nome de “direitos humanos”, e faça desses direitos a nova Santíssima Trindade; faça dela a única coisa que não pode ser contestada, pois ela é a contestadora. Esta nova religião deve amar seus filhos e lhes querer o bem sempre. Se, neste “novo mundo”, há um homem que se sente mulher, que, então, torne-se mulher [1] É para isso que serve o termo “gênero”.   Se, neste “novo mundo”, há uma mulher que queira abortar, que aborte. [2] É para isso que servem os “direitos reprodutivos”.   Se, neste “novo mundo”, as pessoas queiram fazer uma Revolução Socialista, que façam, afinal: quem vai ser contra uma Revolução que promete igualdade a todos? 


a) Nova Era: Dos livros às leis 

Ao longo dos anos, as escritoras que desenvolveram ferramentas para tornar a Revolução Sexual possível – mulheres que infectaram-se com ideias imorais – chegam até a ONU com argumentos de serem vítimas do que elas chamaram de “violência reprodutiva”. Um livro escrito por Eugenia Roccella e Lucetta Scaraffia, denúncia o que elas chamam de “utopia irênica”, e como a Revolução Sexual encontrou um sustentáculo quase Sacrossanto: Os Direitos Reprodutivos.

“[…] desenvolveu-se uma confiança cega na difusão, em todo o mundo, do modelo de comportamento sexual que está prevalecendo nos países ocidentais. O necessário ponto de partida é a separação, a mais rigorosa possível, entre sexualidade e procriação, até fazer do sexo só uma atividade lúdica individual, culturalmente desestruturada, que não tem nenhum motivo para ser rodeada de uma rede de convenções sociais e normas morais. Para afirmar este modelo, as instituições internacionais centraram sua atenção nos direitos das mulheres, assumindo como central a questão dos direitos reprodutivos, e adotando a ideologia do “gênero”. Esta conduz à supressão de distinção tradicional entre masculino e feminino, substituindo-a por uma versão mais fluida e indeterminada de identidade sexual, Trata-se de uma revolução cultural que pretende libertar o indivíduo do próprio destino biológico […]”. [3] Rocella e Scaraffia, Contra o Cristianismo, página 10

Lucetta Scaraffia é professora de história contemporânea na Universidade de Roma La Sapienza e Eugenia Roccella é jornalista e deputada pelo Parlamento italiano. Juntas, elas escreveram “Contra o Cristianismo: A ONU e a União Européia como nova ideologia”, que divide-se em duas partes: Direitos Humanos e Direitos Reprodutivos. As autoras alertam sobre uma “versão mais fluida e indeterminada de identidade sexual” referindo-se, claramente, às escritoras Monique Wittig e Judith Butler. No Ocidente, as pautas da Revolução Sexual – que já ganham termos mais apropriados, mais legislativos como: causa abortista, causa feminista e causa LGBTQI+ – são patrocinadas por grandes fundações como Rockfeller e Ford.

A todo momento, as ideias de Butler ganham voz, adeptos e ampliações: “[…] O sonho de uma só religião mundial, que ajude a ONU em um trabalho de pacificação, é acompanhada da atenção-quase obsessiva-que as organizações humanitárias dedicam à anticoncepção a à vida sexual dos seres humanos. Quase todas as organizações inter-religiosas de quem se tem falado, de fato, proclamam-se não somente a favor do aborto livre e de todas as formas de contracepção, mas também defendem o casamento gay, o direito ao filho dos homossexuais e, mais geralmente, à substituição do conceito de identidade sexial-tradicionalmente masculino e feminino- pelo mais vago de gender [gênero]. As organizações inter-religiosas estão financiadas pelas mesmas fundações- em primeiro plano Rockefeller e Ford- que defendem os projetos de controle da população mundial […]”. [4] Rocella, página 79

As ideias dos Iluministas franceses ganharam alcance até mesmo na fundação ideológica da ONU: “As religiões tradicionais são consideradas, de fato, como obstáculos à realização de uma liberdade total que prescinde também das diferenças biológicas”. [5] Rocella, página 80 Quando se fala em “liberdade total”, a ONU e as organizações referem-se à liberdade total sexual; exatamente aquela defendida por Marquês de Sade e, depois, redefendida por Simone de Beauvoir em “Deve-se queimar Sade?”.

A escola é, assim, uma das ferramentas atuais usadas para embutir na mentalidade popular as imoralidades sexuais. Ela já foi usada tantas vezes para doutrinação que, praticamente, já foram produzidos inúmeros estudos – em forma de livros – sobre este tema, como, por exemplo: “ Contra a Escola” de Fausto Zamboni, “Maquiavel Pedagogo” de Pascal Bernardin, “ Sociedade sem escolas” de Ivan Illich, “Emburrecimento programado” de John Taylor, “ Quem controla a escola, domina o mundo” de Gary DeMar e “ A boa e a má educação” de Inger Enkvist.

A origem da matéria sobre Ideologia de Gênero na BNCC brasileira ( Base Nacional Comum Curricular) vem da UNESCO, órgão responsável pela educação, cultura e socialização da ONU: “[…] Recomenda-se, além disso, fazer todo o possível para assegurar às mulheres o direito à saúde, em particular à saúde reprodutiva, para o qual se deve dispor de serviços de planejamento familiar, incluídas as consultas sobre as alternativas seguras de contracepção e uma educação sexual adequada e informativa para as crianças em idade escolar […]”. [6] Rocella, página 82-83

A BNCC foi homologada em 20 de Dezembro de 2017. Nela já se encontram matérias que estão diretamente vinculadas à Ideologia de Gênero. Na matéria de Ética e Cultura, do 1º ao 3º ano do Ensino Médio, encontra-se o tópico “identidade” e, nesta unidade, em “objeto de conhecimento”: “Gênero, sexo e sexualidade.

I – História da ideologia de gênero

II – Definição de “gênero”

III – Identidade de gênero, sexo e orientação sexual

IV – Comunidades LGBTQI+

V – Diversidade de gênero, sexo e orientação sexual

VI – Discriminação de gênero

VII – LGBTQIfobia

VIII – Discriminação no mercado de trabalho contra LGBTQI+ [7] https://www.bnccnapratica.com.br

No tópico de “Habilidade”, encontra-se: “Reconhecer o que é discriminação de gênero”, “Reconhecer o que é identidade de gênero” e “Explicar os conceitos de gênero, de sexo e de sexualidade”. No tópico “Na prática, o aluno…”, encontra-se: “Critica a discriminação de gênero percebida através de notícias e relatos pessoais.” e “Valoriza instituições e indivíduos que se destacam pela luta contra a LGBTQIfobia a partir de diversas iniciativas”. Juntamente com uma base curricular, amigada às teorias de gênero, livros, tidos como obrigatórios, também alinham-se a essa teoria.

No documentário do Brasil Paralelo, “ Pátria Educadora”, a professora Sandra Ramos que foi uma das entrevistadas, denuncia a utilização de materiais socioeducacionais como forma de embutir, nos alunos, a ideologia de gênero: “Nem sempre os professores têm aquele cuidado em fazer uma seleção lendo realmente a obra. O que, na verdade, ele faz é ir para a metodologia que traga socioconstrutivismo, porém ele não os lê. Os livros então entram para a sala de aula impregnados não só de ideologia de gênero, mas também muita ideologia política. Portanto, a escola adota esses livros e os alunos os lê. Dentre casos, um deles foi o episódio em que uma mãe se depara que um dos livros que seu filho lia, existia uma descrição de um estupro. O livro é “ O Cobrador” de “Rubem Fonseca” e, na história, um garoto de baixa renda que se sente agredido pela classe média e alta, sai de casa e cobra, então, a dívida social contra a vida dele para as pessoas. Um dia ele sai e, entrando em um condomínio, a diarista abre a porta mas ele não faz nada contra a diarista por ser uma pessoa da mesma classe que ele, mas irá cobrar a dona da casa, e assim o faz a estuprando. O livro, então, traz toda a descrição, inclusive a cena dele ejaculando no rosto dela. Isto é terrível; o que é um pai abrir um livro infanto-juvenil para crianças de 10 e 12 anos com esta descrição? E isto aconteceu de verdade e, quando descoberto pelos pais, o livro foi retirado da lista obrigatória de livros da escola“. [8] Brasil Paralelo – Pátria Educadora – Guerra contra a inteligência – Parte 3

O livro, citado pela Sandra Ramos, realmente trás uma descrição bem suja do estupro “[…] Abri-lhe as pernas. Coloquei os meus joelhos sobre as suas coxas […] Curvei-me, abri a vagina e cuspi lá dentro, grossas cusparadas. Mesmo assim não foi fácil, sentia meu pau esfolando. Deu um gemido quando enfiei meu cacete com toda força até o fim. Enquanto enfiava e tirava o pau, eu lambia os peitos dela, a orelha, o pescoço, passava o dedo de leve no seu cu, alisava sua bunda. Meu pau começou a ficar lubrificado pelos sucos da sua vagina, agora morna e viscosa […] Com o resto da porra que saia do meu pau fiz um círculo em volta do umbigo dela“. [9] Rubens Fonseca: O cobrador

Sandra continua: “Tem uma atividade, “ Corpo e Movimento”, que é cobrada em quase todos os livros de ciência do Programa Nacional do Livro Didático, quando sugere que a criança deite numa folha de papel e faça o contorno de seu corpo. Só que, quem faz o contorno, é uma criança do sexo oposto para poder fazer o contorno para perder o constrangimento de tocar no corpo do outro e para ter mais intimidade com o corpo do outro e depois de feito o desenho, ela é estimulada, pelo professor, e na atividade, a colorir e fazer colagens nas parte íntimas, e a criança tem que escrever os apelidos das partes íntimas. Em outras palavras: alfabetizar as crianças a partir dos nomes das partes íntimas […] Existem livros que sugerem que as crianças peguem um espelho e olhem as suas partes íntimas e descubra quais as partes que lhe dão mais prazer“. [10] Op.cit

Outro livro que também apareceu como obrigatório para adolescentes foi o “ Sexo se aprende na escola”, em que, nele, há um passo-a-passo para ensinar as crianças sobre os órgãos reprodutivos, usando-se, para isso, da massinha de modelar: “Material: Um quilo de farinha de trigo, um pacote de meio quilo de sal e água, uma bacia de plástico grande. 1º momento: Nos primeiros momento do trabalho, o orientador chama alguns voluntários para fazer a “massa de pão”, sovando-a até que se torne homogênea e não grudenta 2º momento: Os participantes do grupo dão uma breve caminhada pela sala de aula e cada pessoa um lugar cômodo para se sentar. De preferência, o grupo fique bem separado, ou de costas um para o outro. Em seguida, cada um, de olhos fechados, pega uma porção de massinha e sente sua consistência, cheiro, gosto, temperatura, elasticidade ( “explore a sua massinha… conheça como ela é; agora vamos modelar um corpo … cada um vai fazer do seu jeito, não tem certo ou errado”). Todos modelam o corpo dos “bonecos”. 3º momento: Formando um círculo, todos são convidados a observar as massinhas uns dos outros e a dizer o que há de comum entre os corpos, as diferenças, os sexos, as formas, se estão vestidos ou não. Através desta técnica, pode-se explorar os modelos ( padrões de beleza socialmente impostos), o erótico, as informações sobre o funcionamento dos corpos e responder a dúvidas e curiosidades“. [11] Livro de GTPOS: Sexo se aprende na escola

Todos esses relatos são exemplificações de como as teses sexuais acabaram, realmente, entrando tanto nas leis, quanto na vida cotidiana das pessoas, especialmente dos jovens. Usar a educação como ferramenta de manipulação já foi defendida até por Alexandra Kollontai, líder bolchevique das mulheres russas em seu livro de 1920 “A família e o comunismo”: “O homem novo, de nossa nova sociedade, será modelado pelas organizações socialistas, jardins infantis, residências, creches para as crianças, etc, e muitas outras instituições desse tipos nas que a criança passará a maior parte do dia e nas que educadores inteligentes o converterão em um comunista consciente da magnitude dessa inviolável divisa: solidariedade, camaradagem, ajuda mútua e devoção à vida coletiva“. [12] Alexandra Kollontai, A família e o comunismo

Lucetta Scaraffia continua sua denúncia à asfixia ideológica no Ocidente, principalmente quando a própria asfixia se mostra não só como atitudes normais, mas também, necessárias para o bem estar de uma nova sociedade pautada em ideais de paz, pensamento livre e cientificismo: “Definitivamente, trata-se de difundir, em culturas ainda ligadas em muitos aspectos a uma concepção tradicional de família e da geração dos filhos, a ideologia utópica que se assentou no Ocidente durante a segunda metade do século XX. Ela prevê a separação entre sexualidade e geração, a liberdade total de viver os próprios impulsos sexuais, começando desde a adolescência, e, sobretudo, interpreta o nascimento de um filho como um evento positivo só se ele está programado e é querido ao menos por um dos genitores“. [13] Rocella, página 83-85

A esta mentalidade de ter um controle sobre o nascimento de filhos, podendo os pais escolherem se os terão, quando o terão, ou, caso não o queiram, usar como argumento que o filho é, de fato, um fardo, e que o mundo já está tão ruim que trazer mais um ser humano a ele é desumano, dar-se-á o termo “antinatalismo”. Scaraffia continua: “[…] para a ONU parece que tudo começa aí: estrito controle dos nascimentos e desestabilização da família tradicional […] O Pontifício Conselho Pastoral para os Migrantes e os Itinrantes expressou-se como uma nova nota contra a difusão entre os refugiados de um manual de ‘saúde reprodutiva’ que ‘transmite antivalores que ofendem a dignidade das populações mais pobres e vulneráveis com propostas que concernem à limitação dos nascimentos, ao conceito não responsável das relações sexuais e, inclusive, ao aborto’.[…] Este manual apresenta a esterilização como simples contracepção e, fornece materiais e instruções para proceder aos abortos”. [14] Ibidem

 


b) Margaret Sanger: do método espartano à pílula 

Margaret Sanger (1879-1966) foi uma americana nascida em Nova York que foi escritora, sexóloga, enfermeira e eugenista declarada. Para Sanger, pobres, negros e deficientes não deveriam existir. Sanger “[…] flertando cada vez mais perto do anarquismo, o iluminismo e o humanismo, começava a simpatizar com o marxismo e a chamada ‘liberdade sexual’ […]”. [15] Ana Campagnolo: Feminismo: Perversão e Subversão, página 140 Como eugenista declarada, [16]E utilizo aqui da definição de “eugenia” dada por Francis Galton, onde a teoria do “bem nascido” é: “[…] um estudo dos agentes sob o controle social que podem melhorar ou … Continue reading

Sanger entendia que: “A eugenia é sugerida pelas mais diversas mentes como o caminho mais adequado e definitivo para a solução de problemas raciais, políticos e sociais. O problema mais urgente hoje é como limitar e desencorajar o excesso de fertilidade daquele que é mental e fisicamente deficiente”. [17] Margaret Sanger: “ O valor eugênicoda propaganda do controle da natalidade”, página 5 Margaret Sanger, para cumprir sua tese de “enriquecer” e “embranquecer” a população americana, utilizou-se, ao longo da vida, de três métodos:

I – Método espartano: resumia-se em matar bebês negros, pobres e deficientes, já fora da barriga da mãe, somente pelo fato de assim e em tal condição de vida nascerem.

II – Método abortista: resumia-se em matar o bebê antes que nascesse.

III – Método contraceptivo: resumia-se em impedir a gravidez da mãe para que não fosse preciso matar ninguém.

Em 1916, Sanger abriu a primeira clínica abortiva, não coincidentemente, no Brooklyn. Por lá, distribuiu panfletos sobre “Aquilo que toda mulher deveria saber”. Porém, a clínica foi fechada no seu nono dia e, em nove dias, alcançou cerca de 400 clientes. Presa, permaneceu na prisão por um mês. Em 1920, lançou “A mulher e a nova raça”, e tornou-se amante de H.G.Wells. Em 1922, Sager escreveu seu principal livro ” O eixo da civilização”, mesclando suas teorias com teorias pré-eugenistas, como as dos neomalthusianos.

O próprio título de seu livro,  ao sugerir um “eixo para a civilização”, como se uma raça fosse a principal sobre todas as outras, sendo ela o próprio o eixo de todas as demais, já carrega uma mentalidade eugenista. A teoria neomalthusiana, oriunda da Malthusiana, diz que haverá um tempo que não existirá mais como produzir comida o suficiente para todas as pessoas porque os alimentos crescem em Progressão geométrica (1,2,3,4…) e as pessoas nascem em Progressão aritmética ( 1,2,4,8,16,32…).

Portanto, como Thomas era protestante, propõe a castidade como meio de impedir a fome oriunda do número desgovernado de nascimentos. Neste mesmo ano, Sanger casou-se com um magnata do petróleo James Noah H. Slee, presidente da companhia Petrolífera Three-in-one, que, a posteriori, sob influência de Sanger, converteu-se no maior financiador do movimento para o controle de nascimentos. “Do ano de 1942 ao de 1962 é o maior centro de controle dos nascimentos e de fertilidade do mundo: eram receitados diafragmas e gel espermicida, até meios intra-uterinos, e desde o ano de 1961, a pílula anticoncepcional“. [18] Rocella, IPPF, página 231

Em 1952, fundou a IPPF ( Federação Internacional para o Planejamento Familiar), sendo financiada por Brush e Watumull. Margaret Sanger morre em 1966. Diferentemente de Sade, a própria vida pessoal de Sanger já é uma grande obra para a eugenia. Em 1960, ela, juntamente com Katherine McCormick, consideraram a pílula “simples, segura e prática”.

Sanger talvez, por não ter aceitado a morte da mãe, que morreu só com 50 anos, atribuiu a sua morte, como fator causal, aos onze filhos que tivera, tendo, por isso, uma visão desastrosa da gravidez: “[…] Tais pais engrossam as fileiras patéticas dos desempregados. A mentalidade débil perpetua-se nas fileiras daqueles que são levemente indiferentes às suas responsabilidades raciais. E é em grande parte esse tipo de humanidade que agora estamos usando para povoar nosso mundo por gerações. Nesta orgia de multiplicar e reabastecer a terra, esse tipo é pari passu, multiplicando e perpetuando aqueles males mais terríveis, aos quais devemos , se a civilização quiser sobreviver, extirpar pelas próprias raízes”. [19] Margaret Sanger: O eixo das Civilizações  

Pensando em como acabar com a ameaça desta proliferação de pobres, negros e deficientes, Sanger escreve: “A falta de equilíbrio entre o nascimento dos fracos e dos fortes é a maior ameaça atual para a civilização. O exemplo das classes inferiores, a fertilidade dos débeis mentais, dos deficientes, dos afligidos pela pobreza, não deveria ser tomado como exemplo pelos mais fortes/aptos mental e fisicamente […] É possível que métodos drásticos e espartanos sejam inevitáveis […]”. [20] Ibidem

Para que não aconteça o mesmo que aconteceu na Revolução Russa – em que mulheres davam seus filhos recém nascidos a qualquer estranho que passasse pela rua, estado sodômico esse descrito por Kate Millett em “ Política Sexual” -, Jorge Scala, em “ IPPF- A multinacional da morte”, escreve que a mentalidade antinatalista, já enraizada em países do Norte, deveria ser imposta aos países do Sul para que, mesmo com o sexo livre de casamentos e das amarras tradicionais, não existisse a possibilidade de uma desestruturação a curto prazo, pois, neste caso, os anticoncepcionais já serão tão naturais quanto respirar: “Posto que a origem do desequilíbrio atual é demográfica, e os países ricos se reconhecem incapazes de aumentar suas taxas de natalidade – o egoísmo visceral de seus cidadãos os faz estéreis em todos os campos, incluindo a rejeição da própria descendência – em consequência, a solução que dispuseram foi diminuir compulsoriamente a natalidade das nações pobres, até obter um equilíbrio entre as taxas, que assegure a continuidade da atual ordem econômica e geopolítica“. [21] Jorge Scala, IPPF: A multinacional da morte

Já dada todas as ferramentas de uma Revolução Sexual, e os meios para que ela seja constante e não entre em crise, pode-se ampliá-la, e aproveitá-la, a níveis inimagináveis e surreais. Com o advento da pornografia, muitas pessoas – principalmente homens comuns – tornaram-se viciadas em manter relação com a própria mente, por trás de um computador. O vício em pornografia é um vício que tem como grau político um. O homem que se masturba não o faz para implantar uma nova revolução socialista, mas o jovem estudante – que picha nas paredes da Universidade “ Sexo anal contra o capital” e “cu é lindo” -, esse sim está banhado de uma política de terceiro grau: usar o sexo como arma política para um revolução socialista. 

 

 

 

Mesmo que os exemplos desses dois sejam diferentes – já que um é uma vítima da libertinagem virtual, e o outro cúmplice de uma revolução real -, as consequências do vício em experimentar prazeres sexuais novos, cada vez mais intensos, causa, em ambos, uma acefalia não só intelectual, mas também humana. Com o uso de entorpecentes, o viciado tenta avaliar suas tensões penosas e experimentar as formas mais intensas de prazer sexual. Quanto mais a pessoa se entrega ao uso das drogas, mais solidamente é agarrada por seus tentáculos […] O vício sexual não apresenta uma exceção a estas regras. A dedicação de um indivíduo à procura de prazeres sexuais significa um aumento da ânsia sexual e expensas de outros fatores determinantes de sua atividade total e modifica radicalmente todo o seu de forças que governam o comportamento humano […] a personalidade total do indivíduo, seu corpo, seu espírito, seus valores e ações“. [22] Pitirn Sorokin: Revolução Sexual Americana, página 21

Regina Navarro Lins e Peggy Orenstein escrevem que: “A pílula anticoncepcional foi a grande responsável pela radical mudança de comportamento amoroso e sexual observado a partir dos anos 1960. O sexo foi definitivamente dissociado da procriação e aliado ao prazer”. [23] Regina Navarro Lins e Orenstein, página 8  

 

Alfred Kinsey e a cartilha gay


 

References

References
1 É para isso que serve o termo “gênero”.
2 É para isso que servem os “direitos reprodutivos”.
3 Rocella e Scaraffia, Contra o Cristianismo, página 10
4 Rocella, página 79
5 Rocella, página 80
6 Rocella, página 82-83
7 https://www.bnccnapratica.com.br
8 Brasil Paralelo – Pátria Educadora – Guerra contra a inteligência – Parte 3
9 Rubens Fonseca: O cobrador
10 Op.cit
11 Livro de GTPOS: Sexo se aprende na escola
12 Alexandra Kollontai, A família e o comunismo
13 Rocella, página 83-85
14, 20 Ibidem
15 Ana Campagnolo: Feminismo: Perversão e Subversão, página 140
16 E utilizo aqui da definição de “eugenia” dada por Francis Galton, onde a teoria do “bem nascido” é: “[…] um estudo dos agentes sob o controle social que podem melhorar ou empobrecer as qualidades raciais das futuras gerações, seja física ou mentalmente.[…]”.
17 Margaret Sanger: “ O valor eugênicoda propaganda do controle da natalidade”, página 5
18 Rocella, IPPF, página 231
19 Margaret Sanger: O eixo das Civilizações
21 Jorge Scala, IPPF: A multinacional da morte
22 Pitirn Sorokin: Revolução Sexual Americana, página 21
23 Regina Navarro Lins e Orenstein, página 8
Jorge Teixeira

Jorge Teixeira nasceu em Guaratinguetá, SP, mora em Campinas. É aluno do COF desde 2020. Em setembro de 2021, tornou-se aluno da deputada estadual Ana Campagnolo. Protestante, nutre gosto por história e filosofia.

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