A partir de agora, tentaremos, na medida do possível, mostrar um pouco de sua trajetória filosófica. Queremos mostrar que Marx foi um estudioso, um acadêmico primoroso, um poeta e escritor. Estudou em duas grandes universidades, a saber: a Universidade de Bonn (1835-1836), e a Universidade de Berlim (1836-1841). Conhecia inúmeros autores e lia inúmeras obras. Usaremos três grandes estudiosos da biografia de Marx, e as complementaremos com dois grandes marxianos brasileiros. [1]Recomendamos ao leitor que busque estas obras, pois elas são de grande valor. As citaremos apenas dentro do contexto de nosso artigo. Porém, advertimos que elas contém grandes informações sobre … Continue reading
Capítulo II
O nosso primeiro autor é o Auguste Cornu, que nos diz: “Esta educação liberal e racionalista que ele[Marx] recebeu, de seu pai e de seus professores, e que constitui a essência de sua cultura inicial, foi completada pelo o que ele recebeu de um amigo de sua família, o Barão Westphalen, que morava ao lado dos Marx, e cujos filhos foram companheiros de brincadeira de Carlos [2] Esta edição só está disponível em Espanhol. Portanto, toda vez que o autor fala de Karl Marx usa o nome “Carlos Marx”. e seus irmãos e irmãs… Diferente, por sua formação e por seu estilo espiritual, do pai de Marx, o barão von Westphalen também era muito culto. Falava inglês, alemão e lia fluentemente em latim e grego. Suas preferências não foram no sentido de racionalistas e dos clássicos franceses, mas para os poetas românticos: ele tinha uma preferência por Homero e Shakespeare, e teve o prazer de ler esses autores a Carlos, que também se tornariam os seus autores preferidos. Ele também estava interessado em questões sociais, e Carlos Marx lembrou com prazer que foi o primeiro a despertar seu interesse pela personalidade e a obra de Saint Simon“. [3] Cornu, 1965, p.60-61
É de se ressaltar, assim, que Marx não apenas tinha contato com os maiores nomes da literatura clássica Grega e Inglesa, mas que, muito provavelmente, os lia no original, pois afirma José Paulo Netto: “A incidência do racionalismo na formação inicial de Marx não se restringiu ao exemplo paterno e às conversações com Westphalen; completou-se com os seus estudos formais, realizados de 1830 a 1835, no Friedrich Wilhelm Gymnasium, escola pública de nível secundário que preparava jovens para o ingresso na universidade… A escola, exclusiva para alunos do sexo masculino, privilegiava a formação clássica, com ênfase no grego e no latim (e contemplava ainda um terceiro idioma estrangeiro – o que Marx estudou foi o francês)“. [4] Paulo Netto, 2020, p.61-62
References
↑1 | Recomendamos ao leitor que busque estas obras, pois elas são de grande valor. As citaremos apenas dentro do contexto de nosso artigo. Porém, advertimos que elas contém grandes informações sobre toda a discussão da Alemanha acadêmica do século XIX |
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↑2 | Esta edição só está disponível em Espanhol. Portanto, toda vez que o autor fala de Karl Marx usa o nome “Carlos Marx”. |
↑3 | Cornu, 1965, p.60-61 |
↑4 | Paulo Netto, 2020, p.61-62 |